Categoria B pode rebocar trailer? Quais os cuidados?

É possível rebocar um trailer com a carteira de habilitação CATEGORIA B? E quais são os cuidados?

A resposta é SIM, qualquer motorista habilitado na categoria B pode rebocar um trailer, inclusive esta é uma das principais razões do trailismo brasileiro estar vivenciando um momento de forte expansão. 
Encontro do grupo “Trailistas do Brasil” – Carnaval de 2018
No passado o trailismo já foi muito praticado, mas uma mudança do governo alterou o código de trânsito passando a exigir a categoria E, a mesma utilizada para caminhões articulados, para rebocar trailers. Esta mudança desastrosa contribuiu com a falência do trailismo nacional, inclusive o fechamento de grandes fábricas como a Turiscar e a Karmanguia. Somente em julho de 2011 o governo reparou este erro e liberou novamente a categoria B a rebocar.
Trailer convertido em casa de veraneio, conhecido como “Roda Quadrada”

Com esta correção, todos aqueles trailers que viviam abandonados nos campings, muitas vezes servindo como casa de veraneio (roda quadrada) foram restaurados e voltaram para as estradas. Os atuais fabricantes ampliaram suas linhas de produção inclusive com filas de mais de 6 meses para entrega de novos equipamentos. A famosa marca Turiscar voltou a ser produzida, novos fabricantes entraram no mercado e importadores passaram a trazer marcas consagradas dos Estados Unidos como Winnebago e Jayco.
Em frente à fábrica dos novos Turiscar – Janeiro de 2018
Na Europa e nos Estados Unidos as famílias não possuem casa de veraneio e sim casa sobre rodas, o brasileiro começa a perceber que pode levar a sua casa, cada final de semana para um destino diferente, seja na praia ou no campo.
Encontro do grupo “Amigos Campistas” – novembro de 2018

Outro tabu que precisa ser quebrado é que é difícil ou perigoso rebocar um trailer, isto não é verdade, o que é necessário é ter cuidado e respeito ao conjunto (carro+trailer). Um motorista mesmo habilidoso em dirigir um carro de passeio, poderá inicialmente ter uma certa dificuldade para rebocar um trailer, mas isto rapidamente é superado.
Vejam alguns pontos que não são ensinados na autoescola, mas são de suma importância para quem deseja ingressar na modalidade:
1 – VELOCIDADE: Todo conjunto (carro+trailer) pelo código nacional de transito é considerado VEÍCULO PESADO e com isso deve andar na mesma velocidade dos caminhões. Embora nas estradas brasileiras a velocidade máxima permitida seja de 90 Km/h, a velocidade ideal e mais segura para se rebocar um trailer é de 80 km/h. Quando se excede estes limites, alguns fenômenos podem ocorrer sendo o principal deles o pêndulo que ocasiona interferência no veículo tracionador e dependendo da intensidade pode até prejudicar o controle do veículo;
2 – MARCHA-RÉ: A marcha-ré no início é um tanto quanto confusa, pois o trailer se desloca no sentido contrário ao veículo tracionador. Depois que se pega a prática fica fácil, mas no começo é um tanto quanto confuso;
3 – CURVAS: A realização de curvas precisa de atenção pois apenas com o carro tracionador é possível realizar curvas fechadas, mas estando com o trailer acoplado torna-se necessário abrir a trajetória para concluir a mesma manobra, caso contrário pode-se acabar subindo na guia ou colidindo-se com outro veículo estacionado;
4 – ULTRAPASSAGEM:  É importante entender que o tamanho do conjunto (carro+trailer) é em via de regra o dobro do tamanho do veículo tracionador desacoplado, por esta razão é necessário prolongar a ultrapassagem afim de que todo conjunto finalize a manobra;
5 – RETROVISORES: A visão do retrovisor central fica anulada, a visão lateral fica prejudicada por conta da largura do trailer geralmente ser maior que a largura do veículo tracionador, quando isto ocorrer, existem prolongadores de retrovisor do veículo, vendidos como acessórios. Outro acessório mais moderno é a câmera na traseira do trailer ligada em um monitor dentro do veículo tracionador, fazendo a função do retrovisor central.
Com estas dicas é possível começar sem maiores sustos, curtindo tudo de bom que o trailismo pode proporcionar à família.
Documentos comprobatórios e cópia do diário oficial elaborado pelo site MaCamp. Clique aqui!!!
Texto: Ronald Ataulo

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